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Cristiano Russell

segunda-feira, janeiro 23, 2012

Mosca na Sopa e Buraco na Pipa

SAUDAÇÕES NERD

ESSE TEXTO FOI RETIRADO DE OUTRO SITE MESMO.
DEVIDOS CRÉDITOS A ARTHUR FERNANDES - JORNALISTA



Sopa é a sigla para (Stop Online Piracy Act) e significa Lei de Combate à Pirataria Online. A “mosca” nessa sopa de letrinhas é o congressista norte-americano e presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes, Lamar Smith. Republicano, do Texas, ele é o autor do projeto de lei que deverá ser votado no mês que vem nos Estados Unidos e que pretende alterar a forma como todos os usuários navegam atualmente na internet.

Impacto global

Essa mudança prevista, leia-se censura, não será exclusiva para cidadãos dos Estados Unidos. Privações de acessos poderão ocorrer no mundo todo, já que os principais servidores de sites que usamos hoje para nos comunicar estão instalados em solo norte-americano e até as siglas, como “www. e .com”, estão sob o domínio da legislação do país que interligou as primeiras redes de computadores. Com o pretexto de fazer o controle antipirataria, o território ainda livre da web poderá sofrer censura. Esse cerceamento do direito de clicar é incitado, principalmente, pelas grandes indústrias do entretenimento. Isso poderá implicar até na forma como você, eu e nós publicamos um link hoje no Twitter ou no Facebook, por exemplo.

TCP/IP e Protect IP

No mesmo Congresso que, em meados da década de 1980, aprovou uma linguagem universal para as redes de computadores, o TCP/IP, com o apoio do então senador democrata Al Gore, que taxou a unificação daquelas primeiras redes de computadores como “a superestrada da informação”, a palavra “compartilhar” está em risco. Dentro da Sopa, está a Pipa, sigla que define o termo Protect IP. Caso a lei seja aprovada, e-mails poderão ser devassados em nome da busca de algum link que possa infringir direitos autorais. Sites poderão ser tirados do ar e o governo americano e empresas que se considerarem lesadas poderão fazer essas ações, até mesmo, em sites hospedados fora do território norte-americano. O governo Obama tem se declarado contrário às restrições do texto do adversário republicano. Mas há setores dentro do governo, principalmente, aqueles mais paranóicos com o pós 11 de Setembro, que tendem a apoiar a iniciativa do texano Lamar. Mas como tudo na rede é passível de uma boa e velha gambiarra, endereços “www.” poderão ser burlados por números de IP (192…) e o acesso à informação continuará sendo livre. Mas a tentativa de censura poderá tornar a rede mais instável e cada vez mais insegura quanto às informações sigilosas dos usuários, por exemplo.

Manifestações na rede

Em 2011, as redes sociais na internet ajudaram a derrubar “cortinas de ferro” em países ainda dominados por tiranos. Materiais colaborativos e difundidos pela internet ajudaram a organizar manifestações populares, que chegaram a derrubar governos ditatoriais. Agora, janeiro de 2012 também entra para a História como o início do debate mais intenso sobre restrições à liberdade de navegação na internet. Esses últimos dias foram marcados pelo posicionamento contrário de gigantes da web, como Wikipedia, Facebook e Google, ao projeto de lei da Sopa. Os sites mais acessados da internet ameaçam tirar suas páginas do ar, temporariamente, em um protesto contra as restrições que a nova legislação pretende imprimir. Como é de praxe, a página do Google (foto) deu o seu recado.

Retrocesso

Por décadas, computadores foram espécies de ilhas. As primeiras redes de computadores, como a Arpanet, ainda eram desconexas e reuniam poucas máquinas das Forças Armadas dos Estados Unidos, de um número limitado de empresas e de algumas universidades norte-americanas. Com a popularização do computador e a criação das redes LAN, isso mesmo – de LAN House -, o usuário doméstico ganhou força nesse universo digital. “A internet foi a “chave para libertar as informações das limitações físicas. As informações pertenciam ao mundo, não a alguma entidade que pudesse apropriar-se delas. Essa ideia simples é tão poderosa que reordenou setores inteiros, da mídia ao varejo, e aos bancos, e muito mais. E o seu impacto político e social – potencialmente maior – apenas começou a aparecer”. Quem escreveu isso não fui eu. Está contido no livro “Tornando o mundo melhor – Ideias que moldaram um século e uma empresa” sobre o centenário da IBM, uma das empresas precursoras da internet. Será que um congressista norte-americano conseguirá alterar essa dinâmica?

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